Era brega e não sabia

Santa Maria do bom gosto, tenha piedade de mim, pois um dia eu usei polainas. E digo apenas, diante dos dedos acusadores que para mim apontam, uma coisa: um dia, os mullets foram moda.

Numa década distante, onde sintetizadores eram a nova promessa e Michael, apenas um cantor pop, não o primeiro mostruário humano de cirurgia plásticas, a saia balonê, a manga bufante e o decote princesa eram garantia de sucesso.

Ah, moda... ingrata tendência que nos leva a cometer atentados contra própria imagem na forma de um biquíni cor abóbora radioativa. Nos idos da década de 80, o mundo era diferente: o Brasil vivia o fim de uma ditadura, o Menudo era a sensação dos adolescentes e os cabelos eram praticamente capacetes adornando as cabeças de seus portadores. Neste panorama, não era de se estranhar que uma criança saísse às ruas vestida como um enfeite de bolo.

Era lindo, maravilhoso.

Adjetivos que não são usados por quem vê registros fotográficos dos “baixinhos” (para lembrar outra musa dos anos 80, a Xuxa) hoje, 20 anos depois. Fica apenas a pergunta no ar: “como me deixavam sair na rua com isso?”

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