Muita expectativa cerca a primeira vez. Os filmes romantizam o momento, cercando de trilhas sonoras doces, que falam de amor eterno, mas a verdadeira música da primeira vez é composta por um único verso: “ai”.
Pode ser um “ai” de satisfação, misturado com um de realização. O som do “a” é prolongado e o “i” surge como um grand finale, a cereja no topo da cobertura.
Ou então um questionador: “será que ele gostou?”. É aquele “ai” ligeirinho, três vezes seguidas (ai,ai,ai), dando ênfase ao terceiro “ai”. Ou seja, é um ai de preocupação.
E tem o mais comum, o “ai” único, de dor, de nervosismo e até de raiva, porque não foi possível passar disso, de um ai.
Por isso, a primeira vez a gente nunca esquece: pois é quente e causa sensações estranhas antes, durante e depois. Seja porque foi incrivelmente romântica e perfeita (nos filmes, sempre é), estranha e desajeitada (o que mais se assemelha à realidade) ou traumatizante e dolorida (raro, mas acontece).
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